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Maya Falks

Maya Falks nasceu Márcia Bastian Falkenbach no inverno gelado de 1982, na serra gaúcha. Antes de ver nascer seu primeiro dente, Maya já ocupava seu tempo nas páginas do livro O Batalhão das Letras, de Mario Quintana. Não muito depois começou a criar suas próprias histórias se aventurando na primeira narrativa longa aos 7 anos e a segunda aos 11. Fã número 1 de Gonçalves Dias e vencedora de diversos prêmios entre contos, crônicas e poesias, Maya é ainda autora das obras “Depois de Tudo”, "Histórias de Minha Morte" e “Versos e Outras Insanidades”.

 

 

Para que serve a Arte?

Por Maya Falks

Existe alguma coisa que te toca?

Arte é certamente a mais inexplicável das sensações. Sim, sensações. Por mais palpável que seja o objeto de arte – um quadro, por exemplo – não é a tela, a textura, a tinta que te toca, mas o universo que o artista ali colocou. Mesmo que se possa tocar, o toque só se converte em arte ao provocar uma sensação.

E sempre provoca.

A beleza da arte é exatamente a capacidade de converter o abstrato em uma sensação, em um sentimento. Talvez por isso a arte seja, por excelência, revolucionária: ninguém sai ileso dela. É impossível não ser transformado pelo que te toca, pelo que te encanta, pelo que te faz sentir. Sair da zona de conforto, experimentar algo novo, inexplicável, transcender a barreira daquela realidade cinza, bege, gelo.

A arte, sensorial, também é uma força da natureza tal qual temporal. A aquarela foi inventada por quem queria imitar as cores das folhas, das flores, dos rouxinóis. A poesia foi inventada por quem não podia mais manter suas dores e amores trancafiados dentro de si. A música foi inventada por quem compassava seus passos ao som dos pássaros. O teatro foi inventado por quem queria recriar a vida.

Do natural ao natural. Da imitação do que é bom, da exposição do que é mau, a arte encontrou morada na alma de cada artista, que vive de inventar vida onde antes era só a monotonia da rotina. Nada novo sob o sol até chegara aquele que, por tanto, serviu de mau exemplo aos lúcidos, cantarolando dores, representando caricaturas, moldando gente que sequer existia.

A arte, sensorial e força da natureza, é também um grito. De liberdade? De dor? Um chamado à revolução? Um grito. De alívio.

É quando tudo aquilo que tá engasgado na alma salta pra fora em alto e bom tom. Num palco, na rua, no chão batido, seja onde for, quando um ator encena o ato, ele fala por ele, por mim, por nós, por todos. Dali sai muito mais do que uma história que faz rir ou chorar. Sai a casquinha da ferida. A pele volta pro lugar.

Um grito que ecoa e não encontra limites nem nas barreiras do som. Então a arte, sensorial, força da natureza, grito, também é liberdade.

Sim. É liberdade. Quem nunca ouviu as histórias dos antepassados que, aprisionados, encontravam na arte sua sobrevivência? O blues nasceu nos campos de algodão e traziam os lamentos dos escravos arrancados de casa. O rap tirou e tira do crime crianças e adultos desesperançados. E aquele concurso literário que levou o apenado à universidade? E o desfile de moda que devolveu às detentas sua humanidade? E o grupo de teatro que tirou os grilhões de pés e mãos daqueles que mais nada queriam pra depois?

Mas a liberdade da arte não se restringe a quem tem o corpo aprisionado pelo motivo que for. A mente, a pequena caixa craniana, ainda é a grade mais potente que um ser humano pode ter. Entre ossos e vasos, ideias são mortas diariamente nas curvas da massa cinzenta de quem ainda não se descobriu artista.

Sensação, força da natureza, grito, liberdade. Sim, a arte é tudo isso, e poderíamos encontrar mais e mais metáforas para definir a arte sem, no entanto, explica-la, porque ela é inexplicável. Mas afinal, sela é tudo isso, mas para quê ela serve?

Controverso, talvez até cruel tentar dar uma utilidade à arte quando ela é sentida de diferentes maneiras por cada pessoa, mas as expressões artísticas têm uma função que vai além das percepções individuais: ela serve pra eternizar, externar, exprimir, definir, conduzir. Tudo isso? Não, bem mais, mas vamos aqui focar nisso: a civilização só é possível enquanto conjunto homogêneo organizado porque entre nós existem os artistas. Eles nos desorganizam e nos organizam de volta. Eles são os verdadeiros autores da nossa história e, com seu trabalho, são igualmente os mais capazes de mudar o mundo.

Arte transforma. Revoluciona. Constrói. Se os artistas tivessem a mesma força dos exércitos, se as artes tivessem o mesmo impacto das balas, não mais haveriam guerras; mentes livres não guerreiam.

 

 

 

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