As confusões do Fusca a Vela - relato
Por Aline Zilli O dia em que o fusca quase foi guinchado antes de uma apresentação! Hoje, dia 10/02/2017 iniciamos um lindo circuito de apresentações teatrais do nosso espetáculo de rua. Porém como nem tudo são flores, passamos por maus bocados. Ao chegarmos na praça com o fusca, veículo que é cenário, fomos abordados pela Guarda Municipal. Entregamos a autorização emitida pela Secretaria de Meio Ambiente (Semma) e seguimos para a montagem quando fomos chamados para o caminhão da guarda que estava estacionado na praça Dante. Lá, os 6 agentes municipais nos disseram que não poderiamos apresentar pois a autorização não permitia veículos na praça. Mas ai a pergunta: a Autorização é para o espetáculo se se chama As Aventuras do FUSCA a Vela, que já aconteceu naquele mesmo lugar por outras 3 vezes no último ano, com a mesma autorização em mãos. Além desta informação e sem o diálogo, os mesmos chamararm guincho e os famosos amarelinhos, da secretaria de trânsito, para nos multarem e removerem o veículo/cenário da praça. Ficamos muito tempo explicando que tinhamos a autorização, que estavamos fazendo nosso trabalho e assim vai... Acionamos a Secretária de Cultura, Adriane Antunes, para nos ajudar a explicar e seguirmos para a apresentação. Segue-se mais alguns minutos e a vem a autorização verbal para que a Guarda libere, pois havia uma falha de comunicação. Engolida a raiva e o choro, fomos para a montagem do espetáculo, já com muitos passantes ao redor. Eis que chega o fiscal amarelinho com ordem expressa de que teriamos que remover o veículo. Explicamos que a situação já estava resolvida, que ele poderia se informar certinho com a Guarda. A guarda municipal neste momento tentou avisar o amarelinho, que foi intransigente e avisou que havia sido emitida uma multa de trânsito para nosso veículo cenário e que o guincho estava a caminho. Desmontamos tudo e ficamos aguardando a remoção do veículo. O público então em um momento lindo de apoio e solidariedade começou a nos encorajar e a dizer que se viesse o guincho eles fariam um cordão humano para que ele não fosse levado. Foram tantas palavras de apoio que nos emocionamos, falamos, vibramos. Não queriamos sair dai sem apresentar, mas o mais bonito foi a comoção do público, pedindo que a apresentação acontecesse, incentivando a continuação da arte e da ocupação do espaço público. Dados mais alguns minutos, o amarelinho então dirigiu-se ao grupo e nos informa que houve uma falha, e que poderiamos então seguir para a apresentação, mas que seriamos multado igualmente! Bom, se era dinheiro o problema, um senhor da plateia gritou: “Viu, era só isso que queriam, dinheiro. Vocês apresentam, passam o chapéu e a gente ajuda a pagar a multa!”. Buenas, se houvesse sensibilidade e diálogo, tudo isso não teria acontecido! E lá vamos nós montar a apresentação de novo, correr para garantir o mínimo atraso possível. Nesse momento chega a secretária, a Adri, para estar com a gente, logo chega o Carlinhos Santos, recebemos telefones de outras áreas da prefeitura, Tita, Vânia, Patrícia, e enfim... tudo sendo esclarecido. Agradecemos a todos que se empenharam e nos apoiaram a seguir colorindo o mundo. Para nós, artistas, fica um nó na garganta. Parece que a cada dia somos mais retalhados pelos poderes públicos, enquanto o público mais nos quer por perto! Foi lindo poder ocupar a praça novamente com nossa arte. Foi lindo ver o público defendendo o artista e sua arte. Foi emocionante sentir que o povo nos queria ali. Seguiremos, de peito aberto e cabeça erguida. Não vamos nos calar diante de nenhuma injustiça ou abuso de poder. P.S: Depois de tudo isso ainda passamos por mais alguns momentos angustiantes, mas esses matamos no peito e foi lindo: Nossa mesa de som pifou, queimou, foi-se! Fizemos toda a peça sem microfone, e sem nenhuma trilha. Não podiamos deixar o público sem o espetáculo. Eles foram nossos cúmplices e fiéis escudeiros. P.S 2: O sino da igreja dispara a tocar pelos seus intermináveis 3 minutos as 18h, em meio a cena. E não basta-se, a Ave Maria enfiada guela a baixo de todos retumba na praça na sequência dos sinos. Refeltimos: temos todos que ouvir o som da igreja? Cade o respeito a diferenças religiosa ou aos ateus? O Som em veículos automotivos é proibido, mas na igreja pode? P.S 3: A equipe da Ueba é demias!!!! Chega junto na boa e na ruim, improvisa e manda ver! Não se cala diante do problema! Valeu Fer, Rafaela, Rafael, Gabi, Rodrigo. Seguimos nosso caminho, navegando com o nosso fusca e a certeza de que juntos somos fortes! Obrigada! Evoé!
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